sábado, 3 de dezembro de 2016

[0005] Uma forma de incentivar a curiosidade: as Magias!

Disse um dia o arquitecto Manuel Vicente, ao explicar como tinha aprendido: “primeiro [aprende-se] com o encantamento e depois com o conhecimento.”

A Magia pode-nos proporcionar momentos de grande encantamento, rapidamente transformados na enorme curiosidade que mobiliza montanhas: como foi aquilo possível? E a maior parte das vezes tudo o que se passou tem uma explicação muito simples, mas instrutiva: um pouco de Física, ou de Química, ou de Matemática e, sempre, um tanto de Psicologia …

A Magia:
Com um dado de seis faces e os espectadores separados em dois grupos, um à esquerda e o outro à direita do «artista», pede-se a cada grupo que some as pintas das sucessivas faces que vê sempre que o dado, após ser baralhado, é «mostrado» (é suposto que cada grupo só veja uma face de cada vez).

Como pode o «artista» garantir que vai adivinhar a soma destas duas somas?

(Moinho de Maré de Corroios, 21 de Novembro de 2016, fotografia de Eva Blum)

A explicação:
A fotografia mostra um dado normal, de seis faces, fabricado a partir de uma caixa de cartão pelo Serviço Educativo do Ecomuseu Municipal do Seixal.
O dado de seis faces destina-se a gerar aleatoriamente (ao acaso) um número de 1 a 6, havendo outros dados para o fazer quando se trata de números de 1 a 4, de 1 a 8, de 1 a 12 e de 1 a 20:

Os cinco sólidos platónicos, ou poliedros regulares (imagem da Wikipédia):

o tetraedro, o cubo (ou hexaedro), o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro

Para que sejam geradores aleatórios, nenhum destes dados está construído ao acaso: para o dado cúbico, a face com o «1» opõe-se à face com o «6», a face com o «2» opõe-se à face com o «5» e a face com o «3» opõe-se à face com o «4» - a soma de duas faces opostas é sempre igual a «7».
Se forem feitos N mostras do dado, o «artista» limita-se a prever que a soma das duas somas é igual a «7 vezes N».

Dois desafios:
Para o público (desde que lhe seja proporcionado um pouco de tempo para pensar, e até para trocar ideias): qual é a operação que o «artista» teria de fazer se o dado tivesse doze, ou vinte faces?
E para os candidatos a «artista»: construir um dado com vinte faces, a partir de vinte triângulos equiláteros (de cartolina ou cartão, com 25 centímetros de lado), bem colados uns aos outros conforme se mostra nesta planificação - e, já agora, adequadamente numerados (se a ideia for … encantar uma turma):


Inspiração: Gardner (1991; p. 58)

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