quarta-feira, 15 de novembro de 2017

[0085] Currículos Abertos: não é o «passado» que se encontra no centro da educação, mas sim as «possibilidades» de futuro

Lembrou Boaventura de Sousa Santos (mensagem «0057»):
a riqueza e a complexidade do paradigma da modernidade tem-se mostrado “tão susceptível de variações profundas como de desenvolvimentos contraditórios”;
ela assenta em dois pilares, o da “regulação” (princípios do Estado, do mercado e da comunidade) e o da “emancipação” (racionalidades “estético-expressiva das artes e da literatura”, “cognitivo-instrumental da ciência e da técnica” e “moral-prática da ética e do direito”);

Desde o início que se previra a possibilidade de virem a surgir excessos e défices, mas tanto uns como outros foram concebidos de forma reconstrutiva (...). Essa gestão reconstrutiva dos excessos e dos défices foi progressivamente confiada à ciência e, de forma subordinada, embora também determinante, ao direito. Promovida pela rápida conversão da ciência em força produtiva, os critérios científicos de eficiência e eficácia logo se tornaram hegemónicos, ao ponto de colonizarem gradualmente os critérios racionais das outras lógicas emancipatórias.


Os conflitos entre regulação e emancipação, e entre as diferentes racionalidades emancipatórias, estão, mais do que nunca, activos. Todos procuram influenciar o futuro, uns apostando no «conhecimento», outros na «rede», outros no «empreendedorismo», e assim por diante, sem que seja previsível um desfecho.
A nossa educação faz-se ao participarmos neste debate e nesta construção, reclamando e compatibilizando a afirmação de cada um e de cada grupo e a solidariedade entre todos.

Fonte bibliográfica: Santos (2002; pp. 46-48)

1 comentário:

  1. Ao reflectir sobre esta mensagem quando iniciei a reestruturação da página «Currículo», cheguei à conclusão que o seu título deveria ser alterado (não é necessário referir o «passado»); portanto, altere o título na «página», mas deixei-o inalterado nesta «mensagem»

    ResponderEliminar