Lembrou Boaventura de Sousa Santos (mensagem «0057»):
a riqueza e a complexidade do paradigma da modernidade tem-se
mostrado “tão susceptível de variações profundas como de desenvolvimentos
contraditórios”;
ela assenta em dois pilares, o da “regulação”
(princípios do Estado, do mercado e da comunidade) e o da “emancipação” (racionalidades “estético-expressiva
das artes e da literatura”, “cognitivo-instrumental da ciência e da técnica” e “moral-prática
da ética e do direito”);
“Desde o início que se previra a
possibilidade de virem a surgir excessos e défices, mas tanto uns como outros
foram concebidos de forma reconstrutiva (...). Essa gestão reconstrutiva dos
excessos e dos défices foi progressivamente confiada à ciência e, de forma
subordinada, embora também determinante, ao direito. Promovida pela rápida
conversão da ciência em força produtiva, os critérios científicos de eficiência
e eficácia logo se tornaram hegemónicos, ao ponto de colonizarem gradualmente
os critérios racionais das outras lógicas emancipatórias.”
Os conflitos entre regulação e emancipação, e entre as diferentes
racionalidades emancipatórias, estão, mais do que nunca, activos. Todos
procuram influenciar o futuro, uns apostando no «conhecimento», outros na
«rede», outros no «empreendedorismo», e assim por diante, sem que seja previsível
um desfecho.
A nossa educação faz-se ao participarmos neste debate e nesta
construção, reclamando e compatibilizando a afirmação de cada um e de cada
grupo e a solidariedade entre todos.
Fonte bibliográfica: Santos (2002; pp. 46-48)
Ao reflectir sobre esta mensagem quando iniciei a reestruturação da página «Currículo», cheguei à conclusão que o seu título deveria ser alterado (não é necessário referir o «passado»); portanto, altere o título na «página», mas deixei-o inalterado nesta «mensagem»
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