Agora que o frio e a chuva estão a chegar vemos nas nossas
cidades, aqui e acolá, algumas árvores cujas folhas apresentam uma bela cor
dourada, que, num ou noutro exemplar, já começaram a cair. E que, adivinhamos,
irão renascer na próxima Primavera …
São os Ginkgos!
Um Ginkgo biloba
(única espécie não fóssil da família das Ginkgoaceae) |
Esta é uma árvore perfeitamente identificável, desde que
seja possível observar as suas folhas:
Folhas e óvulos / ovos |
Diz quem estudou os seus fósseis, que esta é a mais antiga
de todas as árvores: não se modifica desde há 200 milhões de anos, cresceu em
todo o mundo e sobreviveu ao movimento dos continentes e a diversas extinções, inclusive
à dos dinossauros (ocorrida há apenas
65 milhões de anos).
Hoje, no entanto, só cresce espontaneamente em partes da
China.
Mas os jardineiros gostam dela, plantando-a em ruas e
jardins, embora quase só escolham as árvores masculinas: as femininas, que não
têm «sementes», mas sim «óvulos» (parecidos com uma ameixa de tamanho
médio), deixam-nos cair quando estão maduros e eles exalam um forte e desagradável
cheiro.
Estes óvulos têm de ser rapidamente fecundados por um
espermatozoide, vindo de uma árvore masculina, e o «ovo» resultante tem de ter a
possibilidade de crescer imediatamente, para não perecer - as árvores mais
modernas não estão sujeitas a esta pressa, pois as «sementes» que entretanto inventaram
podem esperar anos para germinar.
Óvulos / ovos caídos
(alguns já perderam a parte carnuda, expondo o caroço) |
Para atingir a maturidade sexual os Ginkgos precisam, no
entanto, de cerca de trinta anos.
Um Ginkgo que germinou
(porque teve sorte na escolha do caroço) |
Fonte bibliográfica: Pelt & Cuny (sem data; pp. 45-47)
Na informação que o Jardim
Botânico da Rua da Escola Politécnica (Lisboa) dá sobre os Ginkgos, afirma-se
haver fósseis com 270 milhões de anos, portanto do tempo do «Carbónico», ainda
antes da extinção do «Pérmico», considerada a maior de sempre
Fotografias:
Pedro Esteves
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