O único original conhecido do «Libro de los juegos» (designação
pela qual este manuscrito é habitualmente referido) encontra-se na Biblioteca
do Mosteiro do Escorial, perto de Madrid, sendo composto por 98 páginas, encadernadas
em pele de ovelha, com 42 x 30 cm, que incluem 150 ilustrações a cores.
Este manuscrito foi encomendado
por Afonso X, o
Sábio, rei de Castela, Leão e Galiza entre 1252 e 1284, sendo nele defendido
(segundo o catálogo da exposição «Pedras que Jogam») que “Deus quis que os
Homens fossem naturalmente alegres. Alegria que os levou a criar actividades e
jogos para que pudessem sobreviver aos trabalhos e aborrecimentos do dia a
dia.”
Um dos jogos nele referido é o Alquerque de 3,
hoje conhecido por Jogo do Galo:
E um outro é o Alquerque de 9, já conhecido na Grécia Antiga, tendo plausivelmente sido
através do comércio fenício que ele se difundiu pelo Mediterrâneo, de onde se
espalhou por toda a Europa, tendo hoje os nomes de Mill ou Morris (no Reino Unido),
Mérelles (em França), Morels (em Espanha), Mühle (na Alemanha), Molle (na Noruega)
e Moinho (em Portugal):
Se o «Libro de los juegos» foi fundador da
reflexão erudita sobre os jogos, é importante ter em atenção a via popular pela
qual estes se difundiram e se praticaram. A exposição «Pedras que Jogam» deu-nos desta
via o interessante testemunho dos tabuleiros gravados em pedra e utilizados publicamente
durante centenas de anos, de que os seguintes são exemplos:
Tabuleiro no claustro da Igreja de Santa Maria da Oliveira, em Guimarães |
Tabuleiro romano, encontrado nas escavações da cidade de Conímbriga |
Fontes: Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa & Museu da Cidade da Câmara Municipal de Lisboa, para a citação e outras informações (2004; pp. 2 e 3) e para as imagens dos jogos em pedra (pp. 51 e 92);
http://games.rengeekcentral.com/
(acedido em 10 de Abril de 2016), para as imagens do «Libro de los Juegos»
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