terça-feira, 18 de abril de 2017

[0035] Um painel de azulejos que é possível ver no Castelo de S. Jorge

Os seguintes azulejos de revestimento, executados segunda a técnica de aresta, são polícromos, têm motivos vegetalistas, geométricos, foram importados do Sul de Espanha na 1ª metade do século XVI e estão agora expostos na Exposição Permanente que está patente no Castelo de S. Jorge (Lisboa):

Fotografia: Eva Maria Blum

Eles são belos, só por si, e também são belos sob o ponto de vista da interpretação matemática que pode ser hoje usada para compreender a complexidade da sua concepção.

Qualquer azulejo de padrão (ver a definição de Eduardo Néry na mensagem «0011») pode ser interpretado como um padrão que sofre sucessivas translações (verticais e horizontais). Mas apenas num caso essa é a sua única propriedade matemática (ver um exemplo na mensagem «0016»).
Há outros casos em que o azulejo de padrão tem mais uma, e apenas mais uma outra propriedade matemática: ou só rotações, ou só simetrias axiais (ver exemplo na mensagem «0011»).

Neste painel de azulejos o padrão é constituído por um só azulejo (há exemplos em que o é por um grupo de azulejos):


Tal como em todos os outros casos de azulejo de padrão, a translação (horizontal e vertical) deste padrão gera todo o painel. Mas neste surgem, acumuladas, também as rotações (quatro famílias de centros para meias voltas: os pontos centrais dos azulejos; os pontos em que dois vértices de azulejo se tocam; e os pontos médios em que duas arestas de azulejo se tocam, ou verticalmente, ou horizontalmente) e as simetrias axiais (duas famílias verticais e outras duas horizontais):


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