sábado, 6 de maio de 2017

[0038] «O Retrato na Arte Portuguesa»

Quase vinte anos após a edição original, em 2010, esta obra de José-Augusto França foi aumentada e reeditada. Nela, o autor traça o percurso estético e social da retratista em Portugal, comentando-a, em larga síntese, assim: “em Nuno Gonçalves e Columbano, se criou, originalmente e de maneira admirável para a história da arte portuguesa com capacidade internacional, a realidade da nação, nos seus dois pólos significativos – alfa e omega de uma imagística que, com a excepção do Sequeira de 1820, entretanto geralmente se subordinou a situações e gostos, quando não a pincéis ou cinzéis estrangeiros.

Eis os “dois pólos” destacados por José-Augusto França:

Atribuído a Nuno Gonçalves, os painéis de São Vicente de Fora (3º quartel do século XV) que, depois das “personagens régias que até então tinham preenchido a necessidade imagética da sociedade medieval pela função simbólica que lhes competia”, surgem agora “60 personagens à procura de autor e à espera de entrar em cena”:

Da esquerda para a direita: painéis ditos dos Frades, dos Pescadores, do Infante, do Arcebispo, dos Cavaleiros e da Relíquia (óleo e têmpera sobre madeira, actualmente parte da colecção do Museu Nacional de Arte Antiga)

De Columbano Bordalo Pinheiro, O Grupo do Leão (1885): “o grande retrato colectivo da pintura nacional. Em volta de uma mesa, entre garrafas, canecas, copos e guardanapos amachucados que ninguém parece ter usado, catorze figuras de amigos e colegas, entre as quais o próprio criado de mesa, o Manuel, e o gerente, supõe-se.

Da esquerda para a direita: Henrique Pinto, sentado; Ribeiro Cristino; José Malhoa; João Vaz; Alberto de Oliveira; Silva Porto; António Ramalho; Manuel Fidalgo, o empregado de mesa; Moura Girão; Rafael Bordalo Pinheiro, logo abaixo do irmão; Columbano, de cartola; António Monteiro, o proprietário da cervejaria; Cipriano Martins e, sentado de mão apoiada na cintura, Rodrigues Vieira (pintura com 376 x 201 cm, actualmente parte da colecção do Museu Nacional de Arte Contemporânea)

Fontes (texto e imagens):
França (2010; pp. 19-23, 84-85 e 110); www.museudearteantiga.pthttps://pt.wikipedia.org e www.museuartecontemporanea.pt (consultas em 26 de Março de 2017)

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