Psicólogo americano com importantes contribuições
para a educação.
Nasceu e faleceu em Nova Iorque (1915-2016).
Excertos do seu livro «Cultura da
Educação» (2000):
“Aparentemente,
são dois os modos genéricos como os seres humanos organizam e gerem o seu
conhecimento do mundo, e até estruturam a sua experiência imediata: um parece
mais especializado para tratar de «coisas» físicas, o outro, para tratar das
pessoas e das suas obrigações. A estes se chamam convencionalmente o pensamento lógico-científico e o pensamento narrativo.” (p. 65)
Diz-se que as “teorias científicas
os as provas lógicas são ajuizadas mediante a verificação ou a prova – ou, mais
precisamente, através da sua verificabilidade ou testabilidade - ao passo que
as histórias são julgadas com base na verosimilhança ou na sua afinidade com a
vida.” (p. 164)
“É
através das nossas narrativas que construímos uma versão de nós mesmos no
mundo, e é através da sua narrativa que a cultura oferece modelos de identidade
e de acção aos seus membros. A valorização do lugar central da narrativa não
advém de nenhuma disciplina em particular, mas da confluência de muitas:
literatura, sócio-antropologia, linguística, história, psicologia e até
informática.” (p. 14)
“Vivemos
num mar de histórias e, tal como o peixe será (segundo o provérbio) o último a
descobrir a água, temos as nossas dificuldades em perceber o que é nadar em
histórias.” Para tomarmos consciência desta nossa condição há três métodos: o “contraste”,
a “confrontação” e a “metacognição”. O primeiro método pode
levar-nos a ouvir “dois relatos contrastantes mas igualmente razoáveis do
«mesmo» acontecimento” (p. 194). O segundo é mais “enérgico” e “arriscado”,
pois pode provocar “a ira e o ressentimento”; mas “há formas privilegiadas” de
o utilizar na “amizade profunda e também na psicanálise”. “A metacognição
converte os argumentos ontológicos sobre a natureza da realidade em argumentos
epistemológicos sobre o nosso modo de conhecer. Enquanto o contraste e a
confrontação podem suscitar a consciência acerca da realidade de conhecer, o
objecto da metacognição é criar vias alternativas de conceber a formação da
realidade. A metacognição, neste sentido, fornece uma base racional para a
negociação interpessoal dos significados, um modo de alcançar a mútua
compreensão, mesmo que a negociação falhe quanto à obtenção de consenso.” (p.
195)
“O objectivo da acção e da
colaboração competentes, nos estudos da condição humana, é atingir, não a
unanimidade, mas uma maior consciência. E maior consciência implica sempre
maior diversidade.” (p. 133)
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