Ubiratan d`Ambrósio (nasceu em 1932, em S. Paulo, no Brasil) foi o primeiro teorizador da Etnomatemática. Tomei conhecimento de um seu livro em 1986, encomendei-o à sua editora brasileira e li-o durante as férias de Verão desse ano (estava eu a meio dos meus dois anos como professor
na Siderurgia Nacional).
Nele se abordava, entre muitas outras e interessantes questões,
a existência de conflitos entre as aprendizagens realizadas fora e dentro da
escola, pois a
“aptidão
numérica «erudita» elimina a assim chamada aptidão numérica «espontânea».
(...). Há uma crescente perda de utilidade para o modo tradicional de fazer
aritmética (...). Uma vez indo à escola, a tendência é perder essas
habilidades, e não ser capaz de substituí-las pela forma «erudita».”
Penso que sem a preocupação de conciliar as aprendizagens espontâneas e eruditas, um considerável número dos nossos alunos nunca irá gostar
da escola. Trata-se de um desafio para os professores, para as escolas e para
os currículos.
Fonte: Ambrósio
(1986; pp. 57-58)
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