sábado, 16 de dezembro de 2017

[0093] Ao fim dos primeiros meses da 2ª tentativa de flexibilidade curricular: o que piorou e o que está na mesma

Esta já não é a primeira vez que o Ministério da Educação tenta implementar nas nossas escolas a «flexibilidade curricular»; a primeira tentativa ocorreu há década e meia e não correu bem, embora, pelo fim abrupto que teve (mudança de política educativa), não tenha sido possível avaliá-la concludentemente.
Esta nova tentativa, conhecida por «Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular», parecia misturar ideias novas com vícios passados (ver mensagem «0066»). Agora, com o primeiro período lectivo da fase experimental a terminar, começam a ser feitos pontos da situação. E o que o jornalista Samuel Silva relatou é preocupante:
·      há directores de escolas envolvidas que estão muito satisfeitos com a «rede» que entretanto começou a ligar as suas «escolas»: só que quem faz parte dela são os próprios directores e as chefias do Ministério da Educação – não deveriam ser os professores (e porque não também alguns pais e alunos)?

·      começa também a haver consciência de que, em 2018-19, quando todas as turmas de todas as escolas estiverem envolvidas, as coisas vão ser mais difíceis, pois a maioria dos professores não vai ter, nem pode ter, a paciência que os actuais pioneiros, escolhidos a dedo pelos seus directores, têm – não deveria ter sido alterada esta caduca ideia da «generalização», a favor de experiências mais longas, por professores decididos e que, portanto, terão mais probabilidades de se enraizar nas escolas?


Enfim: parece que este Ministério da Educação ainda não percebeu que flexibilizar é diversificar, e não generalizar e que isso é incompatível com a hierarquização iniciada pelos seus antecessores.

Fonte jornalística: Silva, S. (2017)

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