Esta já não é a primeira vez que o Ministério da Educação
tenta implementar nas nossas escolas a «flexibilidade curricular»; a primeira
tentativa ocorreu há década e meia e não correu bem, embora, pelo fim abrupto que
teve (mudança de política educativa), não tenha sido possível avaliá-la
concludentemente.
Esta nova tentativa, conhecida por «Projeto de Autonomia e
Flexibilidade Curricular», parecia misturar ideias novas com vícios passados (ver
mensagem «0066»). Agora, com o primeiro período lectivo da fase experimental a
terminar, começam a ser feitos pontos da situação. E o que o jornalista Samuel
Silva relatou é preocupante:
·
há directores de escolas envolvidas que estão muito
satisfeitos com a «rede» que entretanto começou a ligar as suas «escolas»: só
que quem faz parte dela são os próprios directores e as chefias do Ministério
da Educação – não deveriam ser os professores (e porque não também alguns pais
e alunos)?
·
começa também a haver consciência de que, em
2018-19, quando todas as turmas de todas as escolas estiverem envolvidas, as
coisas vão ser mais difíceis, pois a maioria dos professores não vai ter, nem
pode ter, a paciência que os actuais pioneiros, escolhidos a dedo pelos seus
directores, têm – não deveria ter sido alterada esta caduca ideia da
«generalização», a favor de experiências mais longas, por professores decididos
e que, portanto, terão mais probabilidades de se enraizar nas escolas?
Enfim: parece que este Ministério da Educação ainda não
percebeu que flexibilizar
é diversificar, e não generalizar e que isso é incompatível com a hierarquização
iniciada pelos seus antecessores.
Fonte jornalística: Silva, S. (2017)
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