A Grande Vista de Lisboa é um
painel de azulejos com 1,15 metros de altura e 22,47 metros de comprimento que
pode ser observado no terceiro piso do Museu Nacional do Azulejo.
Terá sido produzido por volta de
1700, não havendo certezas sobre quem o encomendou nem sobre quem o pintou.
Representa a cidade de Lisboa antes do terramoto de 1755, vista do rio (ou da
sua outra margem), desde Algés, à
esquerda (Poente), até Xabregas, à direita (Nascente).
Sabe-se que pertenceu ao Palácio dos Condes de Tentúgal,
situado no largo de Santiago em Lisboa. Que, durante anos, guarneceu a parede
maior do átrio de entrada do Museu Nacional de Arte Antiga. Que aí integrou uma
exposição sobre azulejos, em 1947. E que, aquando da sua transferência para o
convento da Madre de Deus, visando constituir o actual Museu Nacional do
Azulejo, foram descobertas, ainda encaixotadas, as duas secções correspondentes
aos extremos da «Grande Vista».
É possível identificar nele fortalezas, palácios, quintas, igrejas,
conventos, mercados, fontes, moinhos de água, cruzes, … Ele também nos permite
imaginar como seria o quotidiano de Lisboa no início do século XVIII, em
particular junto ao rio, a partir do
que as pessoas representadas fazem.
Três destas actividades seriam igualmente fortes na margem
Sul do Tejo.
A construção naval (aqui na doca de Santos, cuja origens são
desconhecidas e cuja desactivação ocorreu cerca de 1887):
A actividade num moinho de maré
(cuja data de construção é desconhecida e que
pode ter sido destruído pelo terramoto):
A pesca nos esteiros (aqui em frente ao Mosteiro de Nossa Senhora do Bom
Sucesso, construído a partir de 1645 e que hoje subsiste com alterações):
Fontes para o texto:
Digital
- Museu Nacional do Azulejo (sítio);
Bibliográficas
- Museu Nacional do Azulejo (2007; p. 200 e 204)
Fotografias:
Eva
Blum
É mesmo extraordinário! E aquele moinho de maré junto a uma pontezinha, será que hoje se sabe onde/qual era?
ResponderEliminarSegundo as informações dadas junto ao painel, a ponte que está à direita do moinho era a Ponte de Alcântara, que subsistiu até ao final do século XIX; um pouco acima do moinho está o Palácio Fiúza (parece mais uma casa grande). Presume-se que o moinho possa ter desaparecido com o terramoto, pois lhe é desconhecida a data e razão para já lá não estar (entretanto houve muitas), nada estando dito acerca das suas origens (mas isso deve saber-se, devido aos documentos sobre impostos, etc.).
ResponderEliminarO painel (vinte e tal metros!) pode ser visto (mas não muito organizadamente) se se pesquisar através de «Grande Vista de Lisboa» no Google. O sítio do Museu Nacional do Azulejo tem uma imagem em bandinha que pretende representar os vinte e tal metros, mas não deixa accionar os pormenores (pelo menos não deixou quando eu tentei).
Boa sorte na pesquisa - mas vale a pena ir ver ao vivo, ir lá com alunos e alguns desafios, etc.
Também o que me pareceu mais curioso foi o moinho de maré, com a sua caldeira bem visível.
ResponderEliminarConheço este painel lindíssimo, cheio de História e histórias em cada pormenor.
Obrigada, Pedro!