quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

[0017] Alexander von Humboldt (1769-1859)

Nasceu alemão, numa altura em que a Alemanha ainda estava dividida em diversos estados.
Tornou-se conhecido em todo o mundo ocidental depois de uma viagem às Américas, entre 1799 e 1804, que viria a inspirar Charles Darwin, algumas décadas mais tarde, na sua viagem no «Beagle».
Escreveu sobre essa e sobre outra viagem que realizou, à Rússia, em 1829, procurando transformar as suas observações numa visão integrada da Natureza e do Homem. Preocupou-se também com os problemas das sociedades da sua época, condenando veemente o colonialismo e a escravatura.
Influenciou um grande número de cientistas e de filósofos.

Andrea Wulf, autora de uma sua biografia, publicada recentemente, comentou assim, numa entrevista, o modo como Alexander von Humboldt articulava os seus sentimentos com o seu conhecimento:

“É uma das coisas mais importantes sobre Humboldt. Isso está a faltar por completo. Na última cimeira do clima, em Dezembro, senti falta deste sentido da natureza maravilhosa, de uma sensibilização forte e apaixonada pelo nosso planeta. Tínhamos centenas de funcionários públicos, diplomatas, linguistas, todos a esforçarem-se por chegar a acordos com base em projecções estatísticas, o que é muito importante. Mas este reconhecimento de que só vamos proteger aquilo que amamos, isso está a faltar.

Alexander von Humboldt
pintado por Friedrich Georg Weitsch em 1806    

Alexander von Humboldt integrava uma corrente de pensamento particularmente forte na Alemanha da primeira metade do século XIX e conhecida como a dos «Naturphilosophen». Eles pretendiam “transcender as distinções existentes entre o mundo físico e o mundo humano, entre a investigação abstrata e a criatividade inspirada, entre ciência e literatura.” E opunham-se aos “filósofos mecânicos”, como Descartes e Newton (Fara, 2013; pp. 229-230).

Por isso, Humboldt, que media compulsivamente uma grande variedade de fenómenos, ficou conhecido pelas suas inovações na interpretação qualitativa e global do mundo e não pelas medidas que sobre este coleccionou. Escreveu ele (citado por Wulf, 2016; p. 93): “Aquilo que fala à alma escapa às nossas medições.

(Fontes: Fara, 2013; Wulf, 2016; Wulf, entrevistada por Ferreira, 2016)

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