Nasceu alemão, numa altura em que
a Alemanha ainda estava dividida em diversos estados.
Tornou-se conhecido em todo o
mundo ocidental depois de uma viagem às Américas, entre 1799 e 1804, que viria
a inspirar Charles Darwin, algumas décadas mais tarde, na sua viagem no
«Beagle».
Escreveu sobre essa e sobre outra
viagem que realizou, à Rússia, em 1829, procurando transformar as suas
observações numa visão integrada da Natureza e do Homem. Preocupou-se também
com os problemas das sociedades da sua época, condenando veemente o
colonialismo e a escravatura.
Influenciou um grande número de
cientistas e de filósofos.
Andrea Wulf, autora de uma sua
biografia, publicada recentemente, comentou assim, numa entrevista, o modo como
Alexander von Humboldt articulava os seus sentimentos com o seu conhecimento:
“É uma das
coisas mais importantes sobre Humboldt. Isso está a faltar por completo. Na
última cimeira do clima, em Dezembro, senti falta deste sentido da natureza
maravilhosa, de uma sensibilização forte e apaixonada pelo nosso planeta.
Tínhamos centenas de funcionários públicos, diplomatas, linguistas, todos a
esforçarem-se por chegar a acordos com base em projecções estatísticas, o que é
muito importante. Mas este reconhecimento de que só vamos proteger aquilo que
amamos, isso está a faltar.”
Alexander von Humboldt
pintado por Friedrich Georg Weitsch em 1806
pintado por Friedrich Georg Weitsch em 1806
Alexander von Humboldt integrava
uma corrente de pensamento particularmente forte na Alemanha da primeira metade
do século XIX e conhecida como a dos «Naturphilosophen». Eles pretendiam
“transcender as distinções existentes entre o mundo físico e o mundo humano,
entre a investigação abstrata e a criatividade inspirada, entre ciência e
literatura.” E opunham-se aos “filósofos mecânicos”, como Descartes e Newton (Fara,
2013; pp. 229-230).
Por isso, Humboldt, que media
compulsivamente uma grande variedade de fenómenos, ficou conhecido pelas suas
inovações na interpretação qualitativa e global do mundo e não pelas medidas
que sobre este coleccionou. Escreveu ele (citado por Wulf, 2016; p. 93): “Aquilo que fala à alma escapa às nossas medições.”
(Fontes: Fara, 2013; Wulf, 2016; Wulf, entrevistada
por Ferreira, 2016)
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