Nos últimos 20 anos as nossas escolas foram alvo de mudanças
profundas e sistémicas.
O seguinte diagrama, mais os respectivos comentários, talvez ajudem a
compreendê-las:
O nosso sistema educativo sempre foi centralizado. Mas, sobretudo nos últimos 20 anos, essa centralização foi reforçada através da hierarquização, que se estendeu desde o nível internacional, passando pelo nacional e o municipal, até ao nível de cada escola.
Qualquer das reformas educativas posteriores a 1974 foi, após a respectiva fase experimental, generalizada sem diversidade. Se actualmente se reconhece que os currículos podem ser concretizados flexivelmente, isso não é a mesma coisa que concretizados diversamente. E a organização das escolas é tão mais hierarquizada como antes do 25 de Abril.
A avaliação tem sido aplicada a tudo e a todos: primeiro foi-o aos alunos do Secundário, depois aos alunos do Básico, aos professores e às escolas. Ela pressupõe que o sucesso é cognitivo, quantitativo e ordenável. E nunca discute o modelo qualitativo em que se baseia, o do currículo oculto dos conservadores: o individualismo e a concorrência.
É neste currículo oculto que os alunos,
e futuros cidadãos, vão sendo embrulhados. Ele corresponde a um modelo uniforme
de sucesso, o dos alunos identificados pelo seu domínio cognitivo e pelo seu potencial
para a economia vigente, a da competitividade. Como consequência, o professor
não pode existir enquanto profissional: deve limitar-se a ser cumpridor e bom
funcionário.
É esta a educação escolar que
queremos?
Quais são as alternativas?
E como lá chegar?
Fonte: vídeo «Os últimos 40 anos na educação vistos por um professor» (Esteves, 2021)
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