Nesta magia podem ser usadas três moedas iguais.
Mas a versão apresentada a seguir usa três grandes cartões, também iguais, cada
qual com um «coelho» numa face e uma «cartola» na outra.
Depois de mostrar ambas as faces dos cartões ao público, o mágico pede a um
espectador que os coloque lado a lado, colocando à vista as faces que preferir.
Por exemplo, estas:
Depois de agradecer
ao espectador a sua ajuda, o mágico vira-se de costas para os cartões e pede novos
voluntários para virem, um de cada vez, virar a face de um dos cartões, à sua
escolha, ou de «coelho» para «cartola», ou de «cartola» para «coelho».
Quando
não houver mais voluntários interessados nesta colaboração, o mágico pede a um
último voluntário que tape um dos cartões, à sua escolha, anunciando então que
irá adivinhar se a face visível deste cartão é «coelho» ou «cartola».
Como procede o mágico?
Antes de se virar de costas para os cartões, o mágico conta quantas «coelhos»
estão à vista.
Depois, conta quantas mudanças de faces foram feitas pelos voluntários.
E adiciona os dois
números, verificando se a soma é «par» ou «ímpar».
Que hipóteses tem o mágico a considerar?
Só podem estar à vista as seguintes quatro combinações de cartões e qualquer
delas só pode ser mudada para uma das combinações vizinhas:
Se a soma dos
números calculada pelo mágico for «par», havendo um só «coelho» inicialmente,
então: ou continua a haver um só «coelho», ou passou a haver três.
E se a soma for «ímpar», ou há dois «coelhos», ou não há nenhum.
Como esta
conclusão parece ser «fraca», o mágico prefere enunciar uma conclusão «forte»:
adivinhar a face do cartão tapado pelo último voluntário.
O raciocínio do mágico é semelhante em todos os casos. Exemplo: havia
inicialmente um «coelho» e duas «cartolas»; o número calculado pelo mágico é
«par»; então deverá haver ou um ou três «coelhos»; se não estiver nenhum
visível, a face que foi tapada é «coelho»; se estiver um só «coelho visível», a
face tapada é «cartola»; e se estiverem dois «coelhos» à vista, a face tapada também
é «coelho».
Boa sorte para os candidatos a mágico!
Inspiração: livro de Gardner (1991; pp. 75-76)
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