No Mosteiro de Alcobaça existe um Relógio de Sol
que permite ler as horas em três faces verticais, uma privilegiando as da manhã,
outra as do meio do dia e a terceira as da tarde:
A face virada para Sul e as outras duas faces, a da
manhã e a da tarde (fotografias de Pedro Esteves) |
A construção de relógio solares pressupõe que se entenda a
geometria que une o Sol e a Terra.
Pode-se começar por imaginar um destes relógios colocado no
Pólo Norte, com a base horizontal e o gnomo (o estilete que produz a
sombra) vertical (portanto sobreposto ao eixo de
rotação da Terra):
Os raios da luz solar que tocam no extremo superior do gnomo
geram, ao longo das 24 horas de um dia, um cone de revolução cujo eixo é o gnomo.
A intersecção desse cone com a base do relógio é uma circunferência e as 24
horas estarão nela distribuídas uniformemente, de modo que a cada hora corresponde
um arco de 15º.
Na figura seguinte estão marcadas apenas doze horas (que, portanto,
dividem a circunferência em arcos de 30º):
Para construir um Relógio de Sol noutro ponto da Terra escolhe-se,
conforme a latitude, ou uma base horizontal (isto é, tangente à superfície do nosso
planeta) e um gnomo paralelo ao que está no Pólo Norte, ou uma base e um gnomo
com outras orientações, garantindo, em qualquer dos casos, que o cone que os raios
de Sol geram ao longo do dia intercepta a base do relógio:
Imaginando agora que as duas bases partilham o mesmo gnomo,
os raios de Sol que geraram uma circunferência
na primeira geram, na segunda, uma elipse (ou,
para ângulos mais radicais, uma parábola ou
uma hipérbole):
O modelo do Relógio de Sol está esboçado. Há, no entanto, mais
factos a considerar e outros desafios a resolver …
Sr. Prof. reparei que a numeração romana neste relógio inscrita, tem uma alteração ao que aprendi. O 4 é representado por 4 I em vez do IV.
ResponderEliminarHá uma justificação, certo?
Caso possa, o Sr. Prof. daria esse esclarecimento.
Agradecendo,
PLopes