Há dias alguém me descreveu um projecto de comparação entre
o que os nossos livros de história e os livros de história de outros países de
língua portuguesa contam sobre os tempos em que os respectivos povos se
encontraram e sobre o desencontro em que esse encontro se transformou nos
séculos seguintes.
Um projecto bem interessante.
Que seria interessante generalizar a tantos outros encontros
e desencontros que ocorreram por esse mundo fora: que disseram, que escreveram,
que pensaram as diferentes partes que neles estiveram envolvidas?
E que ainda seria interessante generalizar ao que, no mesmo
país, dizem as diferentes fontes sobre o que aí ocorreu.
John dos Passos (1896 – 1970) escreveu um livro (publicado
em 1969) que foi grandemente baseado nas crónicas dos que viveram as histórias
dos séculos XV a XVII português, ou que foram encarregues de as contar pouco
tempo depois de ela acontecer:
O autor, jornalista e escritor, americano de antepassados
madeirenses, estava consciente da insuficiência de uma tal forma de contar a História,
mas também estava consciente da força que a palavra próxima dos acontecimentos
tem para nos colocar questões que a História formalizada ilude e torna pesada -
sobretudo para quem a aprende nas nossas escolas.
Fonte bibliográfica: Passos (2017)
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