Prometi escrever um comentário ao texto de António Nóvoa que reproduzi na mensagem «0286»: E agora, Escola?
O essencial que me levou a sentir a
necessidade de um comentário surgiu no fim do texto. Escreveu Nóvoa:
“Quando era reitor da
Universidade de Lisboa perguntaram-me onde estava o futuro das universidades.
Respondi: na educação básica, no reforço de uma educação pública de qualidade
para todos. Sem isso, dificilmente teremos boas universidades.
Mas é preciso fazer também a pergunta inversa: onde está o futuro da
educação básica? A minha resposta é simples: está, em grande parte, nas
universidades, porque são elas que formam os professores, porque são elas que
têm a «massa crítica» necessária para reforçar a educação como bem público
e bem comum.”
E, acrescentou:
“Hoje, mais do que nunca, precisamos de universidades com grande
autonomia e liberdade, com espírito crítico, comprometidas com a inovação
pedagógica e o reforço do espaço público da educação. É por aqui que passa
grande parte do futuro das sociedades do século XXI.”
Parecem-me frágeis dois aspectos destas afirmações.
Primeiro: os actores educativos não se encontram apenas nas escolas básicas e
nas universidades.
Segundo: a «massa crítica» que pode levar o «bem público» a coincidir com o
«bem comum» tem de ser a dos diversos actores nisso interessados, não se
reduzindo a uma escolha cognitivista.
Fotografia: https://jornal.usp.br/?p=347369, no portal da Universidade de São Paulo (aí publicado em 19 de Agosto de 2020)
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