Na mensagem «0080» foram genericamente apresentados os dezassete Objectivos de Desenvolvimento Sustentável que as Nações Unidas propuseram aos governos e aos cidadãos do mundo
cumprir entre 2015 e 2030.
Os primeiros sete foram referidos nas mensagens «0154», «0196» e «0206»
(erradicar a pobreza), «0157» (erradicar a fome), «0169» (saúde de qualidade), «0176» (educação de qualidade), «0178» (igualdade de género), «0239» (água potável e saneamento) e «0244» (energias renováveis e acessíveis).
O 8º desses objectivos, …
… é-nos apresentado assim em https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel:
Objetivo 8: Trabalho Digno e Crescimento Económico
Sustentar o crescimento económico per capita de acordo com as circunstâncias nacionais e, em
particular, um crescimento anual de pelo menos 7 % do produto interno bruto
[PIB] nos países menos desenvolvidos
Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias através da
diversificação, modernização tecnológica e inovação, inclusive através da
focalização em setores de alto valor agregado e dos setores de mão-de-obra
intensiva
Promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades
produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e
inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e
médias empresas, inclusive através do acesso aos serviços financeiros
Melhorar progressivamente, até 2030, a eficiência dos recursos globais no
consumo e na produção, e empenhar-se em dissociar crescimento económico da
degradação ambiental, de acordo com o enquadramento decenal de programas sobre
produção e consumo sustentáveis, com os países desenvolvidos a assumirem a
liderança
Até 2030, alcançar o emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todas
as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e
remuneração igual para trabalho de igual valor
Até 2020, reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação
ou formação
Tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar
com a escravidão moderna e o tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e a
eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e
utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em
todas as suas formas
Proteger os direitos do trabalho e promover ambientes de trabalho seguros e
protegidos para todos os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes,
em particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários
Até 2030, elaborar e implementar políticas para promover o turismo sustentável,
que gera empregos e promove a cultura e os produtos locais
Fortalecer a capacidade das instituições financeiras nacionais para incentivar
a expansão do acesso aos serviços bancários, de seguros e financeiros para
todos
Aumentar o apoio à Iniciativa de Ajuda para o Comércio [Aid for Trade] para os
países em desenvolvimento, particularmente os países menos desenvolvidos,
inclusive através do Quadro Integrado Reforçado para a Assistência Técnica
Relacionada com o Comércio para os países menos desenvolvidos
Até 2020, desenvolver e operacionalizar uma estratégia global para o emprego
dos jovens e implementar o Pacto Mundial para o Emprego da Organização
Internacional do Trabalho [OIT]
As seguintes considerações de David Attenborough (no livro
referido na mensagem «0259») são úteis para analisar criticamente este
objectivo:
“Há quem sonhe com um futuro em
que a Humanidade se liberta globalmente do seu vício de crescimento, deixa para
trás o PIB como início e fim de tudo, e se concentra numa nova medida sustentável
de sucesso […]. O Índice do Planeta Feliz, criado pela New Economics Foundation
em 2006, visa isso mesmo, combinando a pegada ecológica de um país com
elementos de bem-estar-humano, como a esperança de vida, os níveis médios de
felicidade e uma medida de igualdade. Quando
classificamos os países segundo este índice, obtemos uma tabela totalmente
diferente do que usando apenas o PIB. Em 2016, a Costa Rica e o México eram os
primeiros, com melhores classificações em bem-estar e pegadas ecológicas muito
mais pequenas do que os Estados Unidos e o Reino Unido. O Índice do Planeta
Feliz não é seguramente infalível. Dado que é uma classificação combinada, é
possível, como aconteceu com a Noruega, ficar numa posição elevada com uma
pegada ecológica pesada se a pontuação de bem-estar for muito alta. Também é
possível, como o Bangladeche, ficar numa posição elevada com um baixo bem-estar
se a pegada for leve. No entanto, o Índice do Planeta Feliz e outros
semelhantes estão a ser seriamente ponderados por vários países como
alternativas ao PIB e a encorajar um debate mais amplo sobre o objectivo resultante
de todas as atividades da Humanidade na Terra.
Em 2019, a Nova Zelândia deu o passo arrojado de
abandonar formalmente o PIB como principal de sucesso económico. Não adoptou
qualquer das alternativas já existentes, mas criou o seu próprio índice baseado
nas preocupações nacionais mais prementes […].”
Fonte: livro
de Attenborough (2020; pp. 149-150)