segunda-feira, 18 de novembro de 2019

[0199] Um farol é um ponto de uma rede de faróis


O Farol do Cabo Espichel situa-se no Sudoeste da Península de Setúbal, um dos locais com registos mais antigos sobre a existência de luzes destinadas a avisar os navegantes. Tal como hoje o conhecemos, este farol foi construído em 1790, tendo sofrido várias reformulações ao longo dos séculos XIX e XX:

Fotografia de Eva Maria Blum (2009)

A sua torre óptica é hexagonal e tem 32 metros de altura. Até 1883 a luz que emitia era fixa e branca, alcançando as 13 milhas marítimas. Actualmente emite luz branca, com «característica» de 4 segundos (0,3 segundos para a «luz» e 3,7 segundos para a «ocultação»), tendo o alcance duplicado (26 milhas marítimas, quase 48 quilómetros).

A grande visibilidade histórica proporcionada por este farol resulta de a base da sua torre óptica se encontrar 136 metros acima do nível do mar; e o seu recente aumento resultou da evolução tecnológica na produção da luz, que lhe aumentou a intensidade (que é inversa ao quadrado da distância).
Apesar de o seu funcionamento ter sido automatizado, este farol ainda precisa de 3 faroleiros residentes, que, de 4 em 4 meses, mudam.

O posicionamento geográfico e a visibilidade de cada farol são articulados com o posicionamento e a visibilidade dos outros faróis, de modo a que uma embarcação, observando as «característica» de vários faróis próximos, possa identificar o seu posicionamento no mar. No Farol do Cabo Espichel está patente ao público que o visita uma Carta da Costa de Portugal, datada de 1927, em que a rede de faróis dessa época mostra o apoio que estes prestavam à navegação:

Fotografia de Eva Maria Blum (2014)

Fontes: artigos jornalísticos de Silva (2005) e de Santana (2008); e visita em 26 de Julho de 2014, no âmbito do programa Ciência Viva no Verão

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