terça-feira, 15 de outubro de 2019

[0194] A corrida dos 10 mil metros e os limites do nosso corpo


A queniana Brigid Kosgei obteve antes-de-ontem, em Chicago, uma nova melhor marca mundial feminina na Maratona: 2 horas, 14 minutos e 4 segundos.
A melhor marca masculina é de Eliud Kipchogue, também queniano, e foi obtida em 2018, em Berlim: 2 horas 1 minuto e 39 segundos.
Há mais de 12 minutos de diferença entre estas duas marcas mas, há quase um século, quando estes registos começaram a ser feitos e reconhecidos, a diferença era bem maior.

A Maratona corre-se pelas ruas e estradas, ao longo de 42, 195 quilómetros, condições que se inspiram numa lenda da Grécia Antiga: o soldado Fidipídes terá corrido aproximadamente esta distância, entre o campo de batalha de Maratona e Atenas, para anunciar aos seus compatriotas que os atenienses tinham vencido os persas, morrendo de seguida, exausto.

A Maratona para Homens foi incluída em todos os Jogos Olímpicos modernos (a sua primeira edição foi realizada na Grécia, em 1896), tendo a sua extensão variado ligeiramente até ser fixada em 1924 (nos Jogos Olímpicos de Paris). Mas as Senhoras só começaram a disputar esta prova nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, embora já corressem esta distância fora das Olimpíadas desde há décadas.

As mais antigas melhores marcas mundiais reconhecidas pela International Association of Athletics Federation (IAAF) são a do norte-americano Johnny Haynes, em 1908 (2 horas 55 minutos e 18 segundos), e a da britânica Violet Pierc, em 1926 (3 horas 49 minutos e 22 segundos). Até hoje, já se verificaram 41 registos de melhores marcas para os Homens e 34 para as Senhoras. E evolução desses registos é visível nos seguintes gráficos (faltando registar no segundo a marca conseguida antes-de-ontem por Brigid Kosgei):

HOMENS

MULHERES

Há uma grande diversidade de questões que podem ser colocadas a estas informações, as quais podem ser a base para o desenvolvimento de projectos interdisciplinares com alunos:

Como se explicam os constantes progressos da «melhor marca» de cada prova?
Em particular, quais são os aspectos fisiológicos e sociológicos dessa evolução?
Haverá uma «melhor-marca-limite» para cada prova?
Como nasceram e se desenvolveram historicamente as diferentes competições desportivas individuais?
Que ferramentas matemáticas se pode usar para descrever e modelar (e também para prever) a evolução de cada «melhor marca»?

Outras mensagens que abordaram este tema: «0068» (corrida dos 100 metros, masculina) e «0102» (natação dos 100 metros, masculina)

Fontes: livro de Guillén (1987; p. 37) e sítio da Wikipédia (versão em inglês)

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