Na Pré-história, a fixação das diversas partes das ferramentas
de trabalho (machados, arpões) já era feita mediante ouso de nós.
Naturalmente, dada a complexificação das ferramentas, o uso
dos nós aumentou durante a Antiguidade Clássica. Dessa época, houve um nó que se
tornou célebre, devido à história (ou à lenda) em que se viu envolvido: o nó górdio.
Conta-se que Alexandre o Grande, ao
passar pela Frígia (situada na Ásia Menor) em 334 a. C., ouviu falar de um nó que ninguém conseguira
desatar, sendo prognosticado que quem o conseguisse fazer dominaria o mundo. O
nó atava um carro de bois a uma das colunas do templo dedicado a Zeus. E
Alexandre, que o quis ver, analisou-o longamente até que, desembainhando a
espada, o cortou com um golpe. A expressão cortar o nó górdio evoca esta
história / lenda, aludindo a uma forma de pensar fora do usual, eventualmente
devido ao poder que se detém.
Os nós de marinheiro são os mais célebres nós da
actualidade, sendo usados nas embarcações e em muitas outras situações não
ligadas à marinharia. Quando eles são figurados, surgem com as extremidades livres,
de modo a que as cordas possam ser amarradas, por exemplo, aos mastros.
O ramo matemático a que se chama Topologia desenvolveu uma Teoria dos Nós,
postulando, no entanto, que as extremidades de um nó não ficariam livres, mas
sim ligadas uma à outra. A grande finalidade desta teoria é, assim, distinguir
os nós uns dos outros. E, para ela, um nó é uma
curva fechada do espaço tri-dimensional que não se intercepta a si própria.
Esta teoria distingue dois tipos de nós, de que são dados a seguir alguns
exemplos:
Nós simples (constituídos
por apenas uma curva fechada):
Nó trivial Nó em trevo Nó em oito |
Nós compostos, ou nós
ligados (constituídos por duas ou mais curvas fechadas):
Apesar do método de Alexandre o Grande permitir desatar qualquer nó, o método mais
tradicional continua a ser muito usado. O que, como toda a gente já
experienciou, nem sempre é fácil de concretizar. Por isso, depois de o pintor alemão
Johann Schmidtner ter pintado um quadro em que Nossa Senhora aparece a desatar
os nós humanos, passou a ser evocável o seu apoio mediante a menção a Nossa Senhora
Desatadora dos Nós:
Johann Schmidtner, 1700 (óleo sobre madeira de álamo; 182 × 110 cm; St. Peter am Perlach, em Augsburgo) |
Fontes: artigos de Adams, Furstenberg, Li e Schneider (1997; p. 640), Belaga (1997; p. 42), Budworth (1997; pp. 8-9), Neuwirth (1997; p. 56); versão portuguesa da Wikipédia (para a Nossa Senhora Desatadora de Nós) e sítio (já não acessível) do The Mathematics and Knots Exhibition Group (para as imagens dos nós)
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