Para uns, o Dia Internacional do Xadrez comemora-se a 19 de Novembro,
lembrando o dia em que nasceu José Raúl Capablanca (1888-1942), um dos mais
extraordinários xadrezistas de sempre.
Para outros, mais institucionais, ele comemora-se a 20 de Novembro,
para lembrar o dia em que a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) foi
fundada, em 1924.
Habituei-me ao primeiro destes dias, e prefiro a razão da
sua escolha.
Está neste momento
a decorrer, em Londres, mais uma final do Campeonato Mundial de Xadrez, individual. Defrontam-se
Magnus Carlsen, norueguês, o campeão
em título, e Fabiano Caruana, norte-americano, que venceu os restantes candidatos ao
encontro final.
Na 6ª partida entre estes dois jogadores, que terminou
empatada, tal como as anteriores (e, entretanto, também a 7ª partida), Carlsen,
jogando com as peças brancas, dispunha da seguinte posição, antes do seu 67º
movimento:Para defender o seu Peão na casa f5 (ameaçado pelo Cavalo), optou por deslocar o Rei para a casa g6 (o que se regista assim: 67. Kg6), uma das hipóteses de que dispunha. Como agora o Rei branco ameaçava o Peão negro em f6, Caruana jogou: 67. …; Bg5. E Carlsen ripostou com 68. Bc4:
Durante estes lances o supercomputador Stockfish
analisava as sucessivas posições e, para quem tinha acesso aos seus cálculos, anunciou que Caruana tinha um lance que lhe garantia ganhar o jogo num máximo
de 30 lances: 68. ...; Bh4 (o
Bispo para a casa h4). Mas Caruana jogou 68. ...; Cf3 (o Cavalo para a casa f3) …
Na conferência de imprensa que se segue ao final de cada um
destes jogos os dois jogadores mostraram-se surpreendidos com a análise do Stockfish (em português: Bacalhau). E Carlsen chegou mesmo a
dizer: “Eu não vou discordar dos
computadores. Simplesmente não o entendo.”
Sem comentários:
Enviar um comentário