A Magia (variante mais exigente da apresentada na mensagem «0033»):
O público que assiste escolhe um
número natural, inferior ou igual ao mais alto número que figura num conjunto
de cartões de que o mágico dispõe. Toda a gente sabe qual foi o número
escolhido, excepto o mágico, que prometeu adivinhá-lo.
O mágico mostra então os seus
cartões ao público, um de cada vez. E é-lhe respondido se o número escolhido
«figura» ou «não figura» em cada um dos cartões e, caso figure, com que «cor».
Se o número limite for o «80», são
precisos os seguintes 4 cartões (é possível descarregar uma sua versão em «word»
a partir da página «Documentos» deste blogue):
Conhecendo as respostas do
público, o mágico pode dizer qual foi o número escolhido …
O que o mágico faz (mentalmente):
Se o número escolhido pelo público não figurar num cartão, o
mágico esquece esse cartão.
Se figura a azul, o mágico multiplica por «1» o número
mais baixo desse cartão (é sempre o que figura em cima, á esquerda).
Se figura a vermelho, o mágico multiplica por «2» o número
mais baixo desse cartão.
E vai soma mentalmente estes produtos.
Por exemplo, o público escolheu o «42»: ele não figura no
primeiro cartão e figura a vermelho no segundo e a azul no terceiro e no
quarto.
Então, mentalmente: 2 x 3 (segundo cartão) + 1 x 9 (terceiro
cartão) + 1 x 27 (quarto cartão) = 42.
A explicação (matemática):
A explicação (matemática):
Quando escrevemos números
naturais utilizamos, habitualmente, a «base 10».
Os cartões usados na mensagem
«0033» utilizavam a chamada «base 2» (só podemos usar dois algarismos, o «0» e o
«1»).
Desta vez os cartões utilizam a
«base 3» (só podemos usar três algarismos, o «0», o «1» e o «2»); tal como nas
outras bases, podemos escrever qualquer número natural nesta base. Desta vez
como soma das seguintes parcelas (em que «k» é igual ou ao «0», ou ao «1», ou ao
«2»):
k 30
+ k 31 + k 32 + k 33 + k 34 + k 35
+ …,
o
que se percebe melhor assim,
1 k + 3 k + 9 k + 27 k + 81 k + 243 k + …
Como se chega ao «42» sem os cartões?
Começa-se pela maior daquelas parcelas que cabe em «42: é o «27
x 1» (k = 1).
Depois prossegue-se com a maior parcela que cabe no que
sobra (42 – 27 = 15): é o «9 x 1» (k = 1).
E assim sucessivamente: 15 – 9 = 6 leva a escolher o «3 x 2»
(k = 2). E como já nada resta, o processo acabou.
Então, 42 = 27 x 1 + 9 x 1 + 3 x 2.
Que fazer na escola (ou com o
pessoal que estiver interessado):
Não é boa ideia entrar em processos expositivos e dedutivos
(“estão a perceber onde está a Matemática, não é, então vejam como isso se
aplica à magia …”).
Por um lado, experimentar a magia, e tentar melhorar todos os
seus aspectos práticos.
Por outro, experimentar a compreensão da Matemática, por
exemplo criando tabelas com a escrita dos números na base 3 e analisando porque
é assim).
Por fim, ir estabelecendo pontes entre estes dois processos,
de acordo com os conhecimentos, o estilo e o interesse de cada um …
Dois exemplos dos aspectos
práticos:
Entre os ficheiros acessíveis a partir da página
«Documentos» encontra-se um com cartões para a «base 3 (até 121)»; estes
cartões não foram uma boa escolha, por causa do «121», fazendo com que os
cartões sejam desequilibrados (nem sempre com a mesma quantidade de números); que
cartões serão bons para cada base?
Um outro ficheiro acessível a partir da página «Documentos»
tem cartões para a «base 4 (até 63)»; como deve o mágico usar estes cartões?
Inspiração: Atractor
(2016)
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