Em Portugal estas árvores são exóticas, sendo ornamentalmente usadas em parques e jardins públicos. Em Lisboa, são particularmente interessantes os exemplares existentes nos Jardins Botânicos da Ajuda, do Palácio do Monteiro-Mor e da Rua da Escola Politécnica, todos eles com a respectiva identificação. No concelho de Almada existem muitos exemplares em jardins privados, sendo por vezes um tanto incómodos por terem sido plantados demasiado próximo da respectiva habitação; e no Parque da Paz (Cova da Piedade) foram plantados alguns exemplares, há talvez vinte e poucos anos, portanto ainda bastante jovens, sendo de um deles as seguintes duas fotografias:
Jovem exemplar (2013) |
Folhas (2013) |
Nos locais onde estas árvores se reproduzem espontaneamente, os seus pinhões são utilizados como alimento; e a sua madeira é usada na construção naval.
O nome dado a esta família lembra um povo indígena da América do Sul, os Araucanos (uma das suas espécies, a Araucária-do-Chile, é característica das montanhas que ligam o Chile e a Argentina).
Os mais antigos fósseis de Araucárias foram datados do Triássico (temporalmente situado há entre 250 e 200 milhões de anos), sendo dos mais antigos das Coníferas (ordem que também inclui as famílias dos Pinheiros, das Sequóias e dos Abetos).
No Triássico, todas as massas terrestres estavam ligadas num único supercontinente, a Pangea, que, há cerca de 200 milhões de anos, se começou a fragmentar em dois grandes continentes, a Sul o Gondwana e a Norte a Laurásia. As Araucárias ficaram ligadas ao Sul e os Pinheiros ao Norte, explicando a actual distinta prevalência geográfica das espécies que delas descendem:
Supercontinente Pangea |
Um caso curioso: uma Araucária cujo troco se subdividiu em dois (ligeiramente abaixo do telhado da vivenda), tendo-se um deles, por sua vez, subdividido noutros dois (por altura do telhado):
Araucária subdividida e de novo subdividida (2024) |
E um caso enganador: a primeira vez que vi, à distância, a «árvore» que surge na seguinte fotografia (tirada na Tapada da Ajuda, em Lisboa), pensei tratar-se de uma Araucária:
Falsa Araucária (2017) |
Mas não
é uma Araucária: trata-se de uma antena da rede de telemóveis, disfarçada de
Araucária (para poder passar desapercebida na Tapada?)!
Fonte: Bingre & outros (2007; pp.
40-41 e 133-134); Willis & McElwain (2002; p. 148)
Fotografias: Eva Maria Blum e Pedro
Esteves
Imagem (Pangea): Knoow.net
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