Há cerca de quarenta anos, numa recolha de diversas visões sobre o futuro da humanidade, Isaac Asimov (1920 - 1992) descreveu-nos o que então imaginava (ou desejava?) virem a ser os efeitos dos computadores na educação.
Para ele, o conhecimento existente nas bibliotecas poderia
ser transformado em conhecimento disponível e pesquisável a partir de terminais
dos computadores, devendo os custos ser suportados pelo Estado, já que aprender
não é menos importante do que ter segurança pública.
Os professores poderiam propor aos alunos tarefas abertas, o que levaria os
alunos a achar tudo mais divertido, a ser criativos, a poderem ensinar uns aos
outros e, até, a poderem ensinar aos professores coisas que só eles conheceriam
- por as terem pesquisado.
Se os computadores forem programados para «aprender», a partir dos dados que
lhe forem fornecidos pelos seus utilizadores, argumenta agora Asimov, eles
passarão a ser «máquinas de ensinar». E se as bibliotecas estiverem
«automatizadas» e ligadas umas às outras, elas transformar-se-ão numa
«biblioteca planetária», à qual as «máquinas de ensinar» estarão ligadas, e que
por isso terão acesso a qualquer livro, periódico, documento, gravação ou vídeo
nela disponíveis, assim os colocando ao alcance dos utilizadores humanos.
Nada disso, assegura Asimov, eliminaria os professores humanos, pois a
aprendizagem exige uma diversidade de formas de interacção.
Portanto, os computadores tanto nos podem livrar de trabalhos repetitivos como
nos podem dispensar de muitos dos esforços mentais que até agora têm sido
garantidos pelos cérebros humanos. Isso permite-nos dispor de tempo livre para
nos divertirmos e para sermos criativos. Em vez de nos preocuparmos com a
inevitabilidade de o computador nos poder ganhar no jogo do Xadrez, conclui Asimov,
podemos encarar o computador como uma oportunidade para aprendermos a jogar
melhor do que jogávamos antes – e o mesmo poderemos fazer em muitos outros
campos da nossa vida.
Outras referências a Isaac Asimov neste blogue: mensagens «109» e «311».
Fontes: Asimov (1986; pp. 70-78); Wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário