No Verão passado sugeri que quem gostasse de jogar
experimentasse na praia o Jogo do Nim (mensagem «0131»). E há dias
referi uma sua variante, o Jogo de Marienbad (mensagem «0164»), muito
conhecida por aparecer recorrentemente num dos filmes de Alain Resnais.
Tal como o Nim, trata-se de um jogo em que um dos jogadores
possui uma estratégia
ganhante, pelo que o seu interesse não reside tanto em jogá-lo, mas em compreendê-lo.
À partida existem 16 peças (pedrinhas,
fósforos, moedas, …) dispostas sobre uma mesa, tal como se mostra a seguir
(quatro filas com, respectivamente, 1, 3, 5 e 7 peças):
Alternadamente, os dois jogadores
retiram uma ou mais peças de uma das filas, à sua escolha, desde uma a todas as
peças dessa fila. Perde o jogador que retirar a última peça.
Este jogo também se pode jogar sobre
uma folha de papel, onde são traçados riscos equivalentes às peças, que cada
jogador, quando joga, vai cortando, em
vez de tirar.
Para chegar empiricamente a uma estratégia ganhante pode-se
começar por jogar diversas vezes (o que até se pode fazer contra si próprio) e
anotar as posições sobre as quais se tem a certeza que conduzem a um desfecho
certo.
Por exemplo, nas seguintes posições (as filas são sempre horizontais)
o jogador a quem cabe jogar não conseguirá evitar a derrota, se o seu
adversário souber jogar:
Um bom exercício: demonstrar esta afirmação por exaustão (isto é, analisando todos os casos).
Que outras posições deste género podem ocorrer numa partida
do Marienbad?
E como transformar o conhecimento dessas posições numa
estratégia ganhante?
A regra quem tira a última peça perde pode ser alterada para quem quem tira a última peça ganha: que consequências
tem isso na estratégia ganhante?
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