Trata-se de um objectivo que tem estado particularmente em foco nos últimos anos.
Em https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel ele foi-nos apresentado assim:
Objetivo 13: Ação Climática
Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a
riscos relacionados com o clima e as catástrofes naturais em todos os países
Integrar medidas relacionadas com alterações climáticas nas políticas,
estratégias e planeamentos nacionais
Melhorar a educação, aumentar a consciencialização e a capacidade humana e
institucional sobre medidas de mitigação, adaptação, redução de impacto e
alerta precoce no que respeita às alterações climáticas
Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos na
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas [UNFCCC, em
inglês] de mobilizarem, em conjunto, 100 mil milhões de dólares por ano, a
partir de 2020, a partir de variadas fontes, de forma a responder às
necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações
significativas de mitigação e implementação transparente; e operacionalizar o
Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o mais cedo possível
Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planeamento e gestão
eficaz no que respeita às alterações climáticas, nos países menos desenvolvidos
e pequenos Estados insulares em desenvolvimento, e que tenham um especial
enfoque nas mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas
Reconhecer que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as
Alterações Climáticas é o principal fórum internacional, intergovernamental
para negociar a resposta global às alterações climáticas
No entanto, em 2017, cerca de 15 mil
cientistas de 184 países publicaram um artigo na revista «BioScience», conhecido
como o «Segundo Aviso dos Cientistas à Humanidade», em que
descrevem, conforme descrito num jornal, como estando “em curso danos
ambientais «irreversíveis» e «substanciais» na Terra. Algumas das principais
destruições (muitas provocadas por nós) são a crescente extinção de espécies, a
desflorestação, o aumento da temperatura ou das emissões de dióxido de carbono
(CO2).”
O Primeiro Aviso, intitulado «Alerta dos Cientistas do Mundo à Humanidade»foi assinado,
em 1992, por 1700 cientistas de todo o mundo (muitos deles premiados com o
Nobel) e publicado na revista da organização «Union of Concerned Scientists». Nele
se lê: “Os seres humanos e o mundo natural estão em colisão. As actividades
humanas causam danos severos e, por vezes, irreversíveis no ambiente e nos
recursos.” E se enumera uma série de danos ao planeta, se sugerem passos a
seguir e se pede que os países desenvolvidos ajam com urgência e reduzam o seu “superconsumo”.
O Segundo Aviso envolveu mais cientistas e apresentou dados preocupantes sobre
a evolução havida desde 1992: a redução de 26% na quantidade de água doce
disponível per capita; a queda na captura de peixe selvagem, apesar do
crescimento do esforço de pesca; o aumento de 75% do número de zonas mortas nos
oceanos; a perda de 121 milhões de hectares de floresta, muitos convertidos para
a agricultura; o aumento contínuo e significativo nas emissões globais de CO2 e
nas temperaturas médias do planeta; um aumento de 35% da população humana; e a
redução de 29% nos mamíferos, répteis, anfíbios, aves e peixes. “Além disso,
desencadeámos uma extinção em massa, a sexta em cerca de 540 milhões de anos,
em que muitas formas de vida actuais podem ser aniquiladas ou condenadas à
extinção até ao final do século”, assinala-se no artigo.
Eis quatro dos gráficos que resumem algumas destas preocupações:
Ilustrando as preocupações com o «superconsumo», o jornal
«Guardian» divulgou um relatório da «Oxfam» onde se atribui aos 77 milhões de pessoas mais ricas do
mundo (onde se incluem bilionários e milionários, mas também os que ganham mais
de 128 mil euros por ano) a responsabilidade por 16% do total das emissões de
CO2 ao longo do ano de 2019. Estas emissões terão sido responsáveis por mais de
um milhão de mortes devido ao calor, cálculo feito a partir da fórmula usada
pela agência norte-americana de proteção do ambiente (EPA), que atribui um
excesso de mortalidade de 226 pessoas por cada milhão de toneladas de carbono.
O uso intensivo do ar condicionado pelas pessoas
mais ricas protegem-nas das alterações climáticas, que provocou emissões de 5,9
mil milhões de toneladas de CO2 em 2019. A pessoa mais pobre do mundo
precisaria de 1.500 anos para conseguir causar o mesmo nível de emissões que o
bilionário mais rico produz num ano.
Neste blogue, os dezassete Objectivos do
Desenvolvimento Sustentável foram genericamente apresentados na mensagem
«0080».
Depois foi feita uma apresentação específica, com um comentário, aos seguintes
objectivos: erradicar a pobreza (mensagens
«0154», «0196» e «0206»), erradicar a fome
(«0157»), saúde de qualidade («0169»), educação de qualidade
(«0176»), igualdade de género («0178»), água potável e saneamento («0239»), energias
renováveis e acessíveis («0244»), trabalho
digno e crescimento económico («0267»), indústria,
inovação e infraestruturas («0275»), reduzir
as desigualdades («0294»), cidades e
comunidades sustentáveis («0314») e produção
e consumo sustentáveis («0324»)
Fontes: artigo de Serafim (2017 b), no jornal «Público»; e
artigo no sítio Esquerda (20 de Novembro de 2023) https://www.esquerda.net/artigo/elite-poluidora-causa-mais-emissoes-que-os-dois-tercos-mais-pobres/88532