Contrariamente ao Cosmovivências, que se baseia nas preocupações do «presente», o blogue Aprendizagens, seu irmão mais novo, foca o «passado», não como reverência em relação ao que «aconteceu», mas como forma de entender o terreno em que hoje estamos, que também é aquele sobre o qual, inevitavelmente, se está a construir o «futuro».
O endereço deste novo blogue é o seguinte: https://aprendizagens2023.blogspot.com/.
As ligações entre os diferentes tempos das nossas vidas, e os das vidas das
sociedades que construímos, têm sido motivo para diversas reflexões.
Eis algumas delas (por ordem alfabética do nome próprio do autor):
Alberto
Manguel:
“As histórias são a nossa memória, as
bibliotecas são como que armazéns dessa memória, e a leitura é o labor através
do qual podemos recriar essa mesma memória, recitando-a e dando-lhe brilho,
traduzindo-a para a nossa própria experiência, o que permite que nos ergamos
sobre aquilo que as gerações anteriores consideraram digno de preservação.” (2011)
José Saramago (entrevistado por Clara
Ferreira Alves):
“Agrada-me pensar que o tempo não é essa
diacronia, essa sucessão de momentos, agrada-me pensar no tempo como uma
espécie de imensa tela onde se projetam e se fixam os acontecimentos. É como se
eu visse os acontecimentos projetados numa superfície única, onde tudo
estivesse ao lado de tudo, onde tinhas a batalha de Maratona e a chegada do
homem à Lua, ou a Clara Ferreira Alves e a Lucrécia Bórgia [risos].”
(1991)
Peter Bogdanovich:
“O passado não é o passado porque está sempre
connosco.” (citado por Nuno Pacheco, 2023)
Pierre Nora:
“A memória é vida. É sempre transportada por um
grupo de pessoas vivas e, por isso mesmo, está em permanente evolução.
Encontra-se submetida às dialécticas da recordação e do esquecimento, sem se
aperceber das suas sucessivas deformações, aberta a usos e manipulações de
todas as espécies. Por vezes permanece latente durante longos períodos, após os
quais subitamente revive. A história é sempre a reconstrução incompleta e
problemática daquilo que já não existe. A memória pertence sempre ao nosso
tempo e forma como que um limite vivo do presente eterno; a história é a
representação do passado.” (citado por Hobsbawm, 1990)
Rui Bebiano, referindo-se a Pierre
Nora:
“A memória histórica tanto pode legitimar
as narrativas dominantes como contribuir para desenvolver interpretações
alternativas.” (2019)
“Para lembrar é preciso esquecer, ou silenciar.” (2019)
Stephen W. Hawking:
“É o passado que nos diz quem somos; sem ele,
perdemos a nossa identidade.” (2020)
Yuval N. Harari:
“Os historiadores estudam o passado não para o
repetir, mas para se libertarem dele.” (2018)
Nota: voltando à decisão que ficou em suspenso na mensagem
«0300», decidi não recomeçar o blogue «Pontes na
Nossa Banda».
Fontes: Bebiano (2019); Harari (2018;
p. 73); Hawking (2020; p. 82); Hobsbawm (1990; p. 11); Manguel (2011; p. 19); Pacheco
(2023); Saramago (1991)
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