sábado, 26 de junho de 2021

[0276] A partir de agora o leitor não será automaticamente avisado por email sobre a publicação das novas mensagens …


O seguinte aviso informa que vai ser desactivado, a partir de Julho, o serviço que permitia informar os interessados, por email, da publicação de uma nova mensagem»:


Em princípio, este blogue manterá a ritmo de uma publicação por semana, o que permite consultá-lo regularmente para conhecer as novidades.
No entanto, se houver leitores interessados em ser avisados da publicação de cada nova mensagem, poderão informar o bloguer dessa vontade (via pedrostev@gmail.com) e passarão a receber o aviso através de um grupo de emails (com Bc/c).
Como alternativa, poderão encontrar as mensagens que forem sendo divulgadas na página do Facebook deste bloguer.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

[0275] Sobre o nono Objectivo do Desenvolvimento Sustentável: Indústria, Inovação e Infraestruturas

Na mensagem «0080» foram genericamente apresentados os dezassete Objectivos de Desenvolvimento Sustentável que as Nações Unidas propuseram aos governos e aos cidadãos do mundo cumprir entre 2015 e 2030.

O 9º desses objectivos é:

Em https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel, ele é-nos apresentado assim:


Objetivo 9: Indústria, inovação e infraestruturas

Desenvolver infraestruturas de qualidade, de confiança, sustentáveis e resilientes, incluindo infraestruturas regionais e transfronteiriças, para apoiar o desenvolvimento económico e o bem-estar humano, focando-se no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos.
Promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar significativamente a participação da indústria no setor de emprego e no PIB, de acordo com as circunstâncias nacionais, e duplicar a sua participação nos países menos desenvolvidos.
Aumentar o acesso das pequenas indústrias e outras empresas, particularmente em países em desenvolvimento, aos serviços financeiros, incluindo crédito acessível e sua integração em cadeias de valor e mercados.
Até 2030, modernizar as infraestrutursa e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com maior eficiência no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades.
Fortalecer a investigação científica, melhorar as capacidades tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivar a inovação e aumentar substancialmente o número de trabalhadores na área de investigação e desenvolvimento por milhão de pessoas e a despesa pública e privada em investigação e desenvolvimento.
Facilitar o desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis e resilientes em países em desenvolvimento, através de maior apoio financeiro, tecnológico e técnico aos países africanos, aos países menos desenvolvidos, aos países em desenvolvimento sem litoral e aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Apoiar o desenvolvimento tecnológico, a investigação e a inovação nacionais nos países em desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, a diversificação industrial e a agregação de valor às matérias-primas.
Aumentar significativamente o acesso às tecnologias de informação e comunicação e empenhar-se para oferecer acesso universal e a preços acessíveis à internet nos países menos desenvolvidos, até 2020.

Um dos aspectos questionáveis nos «objectivos do desenvolvimento sustentável» é o modo como são apresentados separadamente, como se pudessem ser assim concretizados. E este objectivo, em particular, por envolver a «indústria», a «inovação» e as «infraestruturas», é particularmente sensível a essa separação.
Outro dos aspectos questionáveis é a evocação do «desenvolvimento» sem que sejam clarificados os modelos que não devem ser seguidos, dada a experiência tida até hoje com este conceito.

Estes dois questionamentos são melhor compreendidos se encararmos os seguintes dados estatísticos, que nos dão uma imagem sobre os últimos 50 anos:

a população mundial duplicou;

a extracção de recursos naturais aumentou 3,4 vezes;

esta extracção foi responsável por metade das emissões de gases com efeito de estufa e por mais de 90 % da perda de biodiversidade e dos problemas de stress hídrico associados à acção humana.

O modelo económico subjacente a este crescimento, e que está em uso desde a revolução industrial, pode ser simplistamente resumido em «extrair, transformar, vender / comprar, usar e deitar fora».
Se este modelo aumentou o bem-estar geral, também gerou vários problemas, como a poluição de cursos de água e da atmosfera: mais de 90 % da população mundial respira ar poluído e as doenças a isso associadas matam, segundo a Organização Mundial de Saúde, 600 mil crianças por ano.

Neste blogue, os dezassete Objectivos do Desenvolvimento Sustentável foram genericamente apresentados na mensagem «0080».
Depois foi feita uma apresentação específica, com o respectivo comentário, aos seguintes: erradicar a pobreza (mensagens «0154», «0196» e «0206»), erradicar a fome («0157»), saúde de qualidade («0169»), educação de qualidade («0176»), igualdade de género («0178»), água potável e saneamento  («0239»), energias renováveis e acessíveis («0244») e trabalho digno e crescimento económico («0267»).

 

Fonte (texto e inforgrafias) sobre as questões dos recursos: artigo de Coentrão (2019) no jornal «Público»

domingo, 13 de junho de 2021

[0274] A Matemática e as Ludotecas (II): a estratégia ganhante no Jogo do 31

Um jogo só é jogo se, ao ser iniciado, o seu desfecho for imprevisível.

Há no entanto jogos que, ao serem analisados, se revelam serem não jogos, dado um dos participantes dispor, desde a sua primeira intervenção, daquilo a que se chama uma estratégia ganhante.

Um desses casos é o Jogo do 31, um jogo para dois jogadores, cujas regras são as seguintes:
O primeiro jogador diz um número, que pode ser «1», «2» ou «3»;
O segundo jogador adiciona a esse número outro número, que também só pode ser «1», «2» ou «3»;
A alternância entre os jogadores prossegue, levando cada um a adicionar «1», «2» ou «3» à soma anterior;
O jogo termina no número «31», perdendo o jogador que o disser.


Propor um jogo destes numa Ludoteca em que há um grupo de frequentadores habituais é esgotá-lo ao fim de algum tempo: eles vão começar a perceber que existe um modo de jogar que favorece um dos jogadores.
Claro que, a haver um animador da Ludoteca, pode ser ele a lançar o desafio da identificação desse modo de jogar, ou seja, da estratégia ganhante, deixando que o grupo o resolva.
E, algum tempo depois, o animador da Ludoteca pode recomeçar este processo com outro grupo de frequentadores habituais.

Mais difícil é o animador da Ludoteca convencer um grupo de frequentadores mais entusiastas a, durante uma ou duas horas (ou em dois ou três dias), atacar o desafio referido. Nesse caso, a descoberta deixa de ser espontânea a passa a ser laboratorial.
Mais rapidamente ou mais devagar, o grupo acabará por chegar a um raciocínio parecido com o seguinte:
J A única forma de um dos jogadores (G, de «ganhante») ter a certeza de que vai ganhar é ser ele a completar a soma «30», pois, a seguir, o outro jogador (P. de «perdedor») só dispõe da soma «31» e perde;
J Para ter a certeza de que vai somar o «30», G não pode deixar que P o faça; então terá de ser P a somar o «26», pois qualquer que seja a escolha seguinte de P, este não chegará ao «30», ficando à distância suficiente para que G lá chegue;
J Continuando este raciocínio, G vai ter de dizer as somas «30», «26», «22», «18», «14», «10», «6» e «2»;
J Há um único jogador que tem a certeza de poder dizer a soma «2»: o primeiro;
Então o «Jogo do 31» é um jogo em que o primeiro jogar joga e ganha (se conhecer qual é a «estratégia ganhante», claro).


Então, que se pode concluir sobre as seguintes variantes:
J Quem diz o «31» ganha;
J Em vez de acabar em «31» o jogo acaba noutro número (por exemplo: «25»).
J Em vez de adicionar «1», «2» ou «3», pode-se adicionar de «1» a outro número (por exemplo: «5»).


Esta série, «a Matemática e as Ludotecas», começou com a mensagem «0265», onde abordei a Lógica e a Heurística nas actividades lúdicas de carácter reflexivo.

domingo, 6 de junho de 2021

[0273] Todos nós, na cidade

1974

O «rio», tal como o «tempo», que tanto separa como une.
A «cidade», como local de vida e de (des)entendimento.

1977


Um poeta, José Carlos Ary dos Santos.
Oito compositores, António Vitorino de Almeida, Fernando Tordo, Frederico de Brito, Joaquim Luís Gomes, José Luís Tinoco, Martinho d'Assunção, Moniz Pereira e Paulo de Carvalho.

Um fadista, Carlos do Carmo.
Dois guitarristas, António Chainho e Raul Nery.
Uma cidade, Lisboa.

A sincronia dos muitos: que vivem, amam, sonham, descobrem, trabalham, envelhecem.

1996


Um letrista, João Monge.
Um compositor, João Gil.
Cinco músicos, João Gil, Jorge Palma, Rui Veloso, Tim e Vitorino. E mais outros três, André Rocha, Carlos Guerreiro e Ricardo Dias.
Uma cidade, Almada.

A diacronia de um só (tal como quase todos): entre os saberes impostos e os descobertos, entre a liberdade e a obrigação, entre viver e trabalhar, entre quem o precede e quem lhe sucede, entre partir e regressar.