Cabo Espichel (concelho de Sesimbra), nas redondezas do Farol:
Fotografias: Pedro Esteves (em 22 de Março de 2021)
Cabo Espichel (concelho de Sesimbra), nas redondezas do Farol:
Fotografias: Pedro Esteves (em 22 de Março de 2021)
Os tabuleiros das versões comerciais deste quebra-cabeças, inventado em 1970 por Mordecai Meirowitz, são muito semelhantes ao seguinte:
O desafio implícito neste quebra-cabeças exige dois parceiros,
um para o lançar e outro para o resolver.
Ambos têm à disposição um grande conjunto de pinos, com sete cores distintas.
Aquele que lança o desafio escolhe quatro desses pinos, com uma combinação de
cores à sua escolha, e coloca-os num local onde só podem ser vistos por si (na
figura, esses pinos estão em primeiro plano, e têm quatro cores diferentes:
verde, azul, laranja e roxo). E aquele que resolve o desafio deve descobrir,
através de sucessivas tentativas e deduções, quais são as cores dos pinos
escolhidos pelo outro parceiro e em que posição se encontram.
No exemplo figurado, a primeira tentativa feita pelo parceiro adivinhador
(visível na linha mais afastada) foi constituída por dois pinos amarelos e dois
pinos verdes.
O seu parceiro deve então informá-lo do resultado dessa tentativa: coloca ao lado
dela mini-pinos que indicam quantos pinos da tentativa feita têm a cor certa:
se estão na casa errada (neste caso é só um), assinala cada um deles com um
mini-pino branco; se estão na casa certa (neste caso não há nenhum), assinala
cada um deles com um mini-pino laranja.
O adivinhador, tendo em conta estas indicações, faz uma segunda tentativa
(neste exemplo o seu resultado foi assinalado por um mini-pino de cada cor). E
depois uma terceira, e assim sucessivamente, até acertar (no caso desta figura
foram necessárias seis tentativas, a que correspondem quatro mini-pinos laranja).
Trata-se de um desafio que mistura um pouco de probabilidades (baseadas nas
combinações possíveis das cores) com muita lógica.
Se se colocarem vários adivinhadores lado a lado, com a mesma configuração de
cores a adivinhar e sem que cada um possa olhar o tabuleiro dos outros, este
quebra-cabeças é transformado num jogo.
Se não houver um tabuleiro comercial aí em casa, mas uma grande vontade de o
experimentar, pode-se, por exemplo, usar uma simples folha de papel
quadriculado e, em vez de pinos coloridos, usar números de 1 a 7 para os
simular (para os mini-pinos basta simulá-los através de duas letras: um S (de
«Sim») para lugar certo e um N (de «Não») para lugar errado).
Boas tentativas!
Fonte (texto
e imagem): Wikipédia
As regras deste jogo podem ser descarregadas da Drop Box acessível a partir da página «Documentos» deste blogue
Italo Calvino (1923-1985), em As Cidades
Invisíveis (1972), imagina Marco Polo a descrever ao imperador Kublai
Khan as cidades que visitara. Por vezes afasta-se para observar os dois homens
e procura perceber o que pensam, ou poderiam pensar:
“Marco entra
numa cidade; vê alguém numa praça viver uma vida ou um instante que poderiam ser
seus; no lugar daquele homem agora poderia estar ele se tivesse parado no tempo
muito tempo antes, ou se muito tempo antes numa encruzilhada em vez de tomar
uma estrada tivesse tomado a oposta e ao cabo de uma longa volta viesse
encontrar-se no lugar daquele homem naquela praça. Agora, daquele seu passado
verdadeiro ou hipotético ele está excluído; não pode parar; tem de prosseguir
até outra cidade onde o espera outro seu passado, ou algo que talvez tivesse
sido um seu possível futuro e agora é o presente de outro qualquer. Os futuros
não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos.”
A memória é o tema que domina a descrição de Marco Polo sobre cinco das cidades
que visitou.
Ao viajante que chega a Diomira “numa noite de
Setembro, quando os dias já diminuem e as lâmpadas multicolores se acendem
todas ao mesmo tempo por cima das portas das lojas de peixe frito, e de um
terraço uma voz de mulher grita: uh!”, apetece-lhe “invejar os que agora pensam que já viveram uma noite
igual a esta e que então foram felizes.”
Mas é em Isidora que o viajante encontra“a cidade
dos seus sonhos: com uma diferença. A vida sonhada continha-o jovem; a Isidora
chega em idade tardia. Na praça há o paredão dos velhos que vêem passar a
juventude; ele está sentado em fila com eles. Os desejos são já recordações.”
Descrever “Zaira tal como é hoje deveria conter
todo o passado de Zaira. Mas a cidade não conta o seu passado, contém-no como
as linhas da mão, escrito nas esquinas das ruas, nas grades das janelas, nos
corrimões das escadas, na antenas dos para-raios, nos postes das bandeiras,
cada segmento marcado por sua vez de arranhões, riscos, cortes e entalhes.”
É inútil partir “em viagem para visitar a cidade
[de Zora]: obrigada a permanecer imóvel e igual a
si própria para melhor ser recordada, Zora estagnou, desfez-se e desapareceu. A
Terra esqueceu-a.”
Em Maurília “o viajante tem de gabar a cidade nos
postais e preferi-la à presente, com o cuidado porém de conter o seu desgosto
pelas mudanças”: “a magnificência e prosperidade
de Maurília transformada em metrópole, se comparadas com a velha Maurília
provinciana, não compensam uma certa graça perdida, a qual contudo só poderá
ser gozada agora nos velhos postais”; mas nem estes “representam Maurília como era, mas sim outra cidade que
por acaso se chamava Maurília como esta.”
Fonte: livro
de Calvino (2006; pp. 11, 12, 14-15, 19-20, 30-31 e 33-34)
Imagem: capa
de uma das edições em português
Há duas estações de metropolitano que celebram a amizade luso-francesa, uma em Lisboa, a estação Picoas, e a outra em Paris, a estação Champs-Elysées-Clemenceau. Uma das saídas da primeira imita as estações parisienses concebidas no início do século XX, com o seu inconfundível estilo Arte Nova. E as decorações murais do interior da segunda foram concebidas por Manuel Cargaleiro, em azulejo, umas inauguradas em 1995, as mais recentes em 2019.
Agora não estamos em tempo de viagens físicas, mas como podemos realizar virtualmente algumas, sendo esta uma delas, venham daí comigo:
Se quiserem obter mais informações, façam o favor de clicar aqui.
Estas decorações são descritas como «geométricas», o que se apoia nos
elementos básicos usados por Manuel Cargaleiro, sobretudo «círculos» e «quadrados».
Nalguns casos estas figuras esboçam um «friso», noutros dispõem-se de modo
simétrico a um ou mais eixos, mas em nenhum caso sugerem a infinitude do «papel
de parede». E em certos locais da estação agrupam-se, como se quisessem lembrar
a cidade que fica mais acima …
Fonte (texto e fotografias): sítio de Paris La Douce