domingo, 28 de março de 2021

[0264] Regresso

 Cabo Espichel (concelho de Sesimbra), nas redondezas do Farol:





















Fotografias: Pedro Esteves (em 22 de Março de 2021)

domingo, 21 de março de 2021

[0263] O quebra-cabeças «Master Mind»

Os tabuleiros das versões comerciais deste quebra-cabeças, inventado em 1970 por Mordecai Meirowitz, são muito semelhantes ao seguinte:


O desafio implícito neste quebra-cabeças exige dois parceiros, um para o lançar e outro para o resolver.
Ambos têm à disposição um grande conjunto de pinos, com sete cores distintas. Aquele que lança o desafio escolhe quatro desses pinos, com uma combinação de cores à sua escolha, e coloca-os num local onde só podem ser vistos por si (na figura, esses pinos estão em primeiro plano, e têm quatro cores diferentes: verde, azul, laranja e roxo). E aquele que resolve o desafio deve descobrir, através de sucessivas tentativas e deduções, quais são as cores dos pinos escolhidos pelo outro parceiro e em que posição se encontram.
No exemplo figurado, a primeira tentativa feita pelo parceiro adivinhador (visível na linha mais afastada) foi constituída por dois pinos amarelos e dois pinos verdes.
O seu parceiro deve então informá-lo do resultado dessa tentativa: coloca ao lado dela mini-pinos que indicam quantos pinos da tentativa feita têm a cor certa: se estão na casa errada (neste caso é só um), assinala cada um deles com um mini-pino branco; se estão na casa certa (neste caso não há nenhum), assinala cada um deles com um mini-pino laranja.
O adivinhador, tendo em conta estas indicações, faz uma segunda tentativa (neste exemplo o seu resultado foi assinalado por um mini-pino de cada cor). E depois uma terceira, e assim sucessivamente, até acertar (no caso desta figura foram necessárias seis tentativas, a que correspondem quatro mini-pinos laranja).

Trata-se de um desafio que mistura um pouco de probabilidades (baseadas nas combinações possíveis das cores) com muita lógica.

Se se colocarem vários adivinhadores lado a lado, com a mesma configuração de cores a adivinhar e sem que cada um possa olhar o tabuleiro dos outros, este quebra-cabeças é transformado num jogo.

Se não houver um tabuleiro comercial aí em casa, mas uma grande vontade de o experimentar, pode-se, por exemplo, usar uma simples folha de papel quadriculado e, em vez de pinos coloridos, usar números de 1 a 7 para os simular (para os mini-pinos basta simulá-los através de duas letras: um S (de «Sim») para lugar certo e um N (de «Não») para lugar errado).
Boas tentativas!

 

Fonte (texto e imagem): Wikipédia

As regras deste jogo podem ser descarregadas da Drop Box acessível a partir da página «Documentos» deste blogue

domingo, 14 de março de 2021

[0262] A cidade e a memória

 


Italo Calvino (1923-1985), em As Cidades Invisíveis (1972), imagina Marco Polo a descrever ao imperador Kublai Khan as cidades que visitara. Por vezes afasta-se para observar os dois homens e procura perceber o que pensam, ou poderiam pensar:

Marco entra numa cidade; vê alguém numa praça viver uma vida ou um instante que poderiam ser seus; no lugar daquele homem agora poderia estar ele se tivesse parado no tempo muito tempo antes, ou se muito tempo antes numa encruzilhada em vez de tomar uma estrada tivesse tomado a oposta e ao cabo de uma longa volta viesse encontrar-se no lugar daquele homem naquela praça. Agora, daquele seu passado verdadeiro ou hipotético ele está excluído; não pode parar; tem de prosseguir até outra cidade onde o espera outro seu passado, ou algo que talvez tivesse sido um seu possível futuro e agora é o presente de outro qualquer. Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos.

A memória é o tema que domina a descrição de Marco Polo sobre cinco das cidades que visitou.

Ao viajante que chega a Diomira “numa noite de Setembro, quando os dias já diminuem e as lâmpadas multicolores se acendem todas ao mesmo tempo por cima das portas das lojas de peixe frito, e de um terraço uma voz de mulher grita: uh!”, apetece-lhe “invejar os que agora pensam que já viveram uma noite igual a esta e que então foram felizes.

Mas é em Isidora que o viajante encontra“a cidade dos seus sonhos: com uma diferença. A vida sonhada continha-o jovem; a Isidora chega em idade tardia. Na praça há o paredão dos velhos que vêem passar a juventude; ele está sentado em fila com eles. Os desejos são já recordações.

Descrever “Zaira tal como é hoje deveria conter todo o passado de Zaira. Mas a cidade não conta o seu passado, contém-no como as linhas da mão, escrito nas esquinas das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, na antenas dos para-raios, nos postes das bandeiras, cada segmento marcado por sua vez de arranhões, riscos, cortes e entalhes.

É inútil partir “em viagem para visitar a cidade [de Zora]: obrigada a permanecer imóvel e igual a si própria para melhor ser recordada, Zora estagnou, desfez-se e desapareceu. A Terra esqueceu-a.

Em Maurília “o viajante tem de gabar a cidade nos postais e preferi-la à presente, com o cuidado porém de conter o seu desgosto pelas mudanças”: “a magnificência e prosperidade de Maurília transformada em metrópole, se comparadas com a velha Maurília provinciana, não compensam uma certa graça perdida, a qual contudo só poderá ser gozada agora nos velhos postais”; mas nem estes “representam Maurília como era, mas sim outra cidade que por acaso se chamava Maurília como esta.

 

Fonte: livro de Calvino (2006; pp. 11, 12, 14-15, 19-20, 30-31 e 33-34)
Imagem: capa de uma das edições em português

terça-feira, 9 de março de 2021

[0261] Paragem na «Station Champs-Elysées-Clemenceau», em Paris VIII

Há duas estações de metropolitano que celebram a amizade luso-francesa, uma em Lisboa, a estação Picoas, e a outra em Paris, a estação Champs-Elysées-Clemenceau. Uma das saídas da primeira imita as estações parisienses concebidas no início do século XX, com o seu inconfundível estilo Arte Nova. E as decorações murais do interior da segunda foram concebidas por Manuel Cargaleiro, em azulejo, umas inauguradas em 1995, as mais recentes em 2019.

 

Agora não estamos em tempo de viagens físicas, mas como podemos realizar virtualmente algumas, sendo esta uma delas, venham daí comigo:




Trouxeram o cartão?



Se quiserem obter mais informações, façam o favor de clicar aqui.

Estas decorações são descritas como «geométricas», o que se apoia nos elementos básicos usados por Manuel Cargaleiro, sobretudo «círculos» e «quadrados». Nalguns casos estas figuras esboçam um «friso», noutros dispõem-se de modo simétrico a um ou mais eixos, mas em nenhum caso sugerem a infinitude do «papel de parede». E em certos locais da estação agrupam-se, como se quisessem lembrar a cidade que fica mais acima …

 

Fonte (texto e fotografias): sítio de Paris La Douce